domingo, 30 de agosto de 2009

Sugestão de Leitura - Futebol ao Sol e a Sombra


Eduardo Galeano é um jornalista e escritor uruguaio.

Entre suas diversas obras, uma tem para mim um apelo muito pessoal.

"As Veias Abertas da América Latina", de 1971.

Li na minha adolescência e reli na minha vida adulta.

Contestador, engajado, lírico.

Essencial em minha formação intelectual.

Depois veio a trilogia "Memória do Fogo", "O Teatro do Bem e do Mal", "Espelhos", Dias e Noites de Amor e de Guerra" e o emocionante manifesto "Nós Dizemos Não".

"Futebol ao Sol e a Sombra", de 1995, traz à tona o escritor que, na juventude, queria ser jogador de futebol.

Não perdendo o seu lado crítico, Galeano faz a sua homenagem ao esporte mais popular do planeta.
Na orelha da edição que possuo, uma boa descrição da obra:


"Acima do futebol está a lenda. Uma estranha magia se impõe ao esporte. E o jogo se transforma em saga, desperta paixões, cria mitos, heróis, glórias e tragédias. Exaltado pelas multidões, criou em seu lado sombrio um mundo à parte, onde envolve poderosíssimos interesses políticos e financeiros. Mas nada se sobrepõe ao encanto desta 'festa pagã'. Para captar este universo de perdas e conquistas, Eduardo Galeano penetrou nas profundezas da história e das histórias que se passam dentro e fora das quatro linhas. Construiu este livro como um verdadeiro monumento à paixão. Através de sua prosa consagrada, tudo tem sabor. Pelé, Di Stéfano, Maradona, Zizinho, Didi, Garrincha, Obdúlio Varella - o carrasco uruguaio de 1950 -, o aranha negra Yachin, Leônidas, Platini, Domingos da Guia, Friedenreich e muitos outros craques são mostrados nos seus momentos de esplendor e desgraça".


Fica a Sugestão....

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Memória (2) - George Best


"Gastei muito dinheiro com bebidas, mulheres e carros. O resto eu desperdicei."


A frase acima, proferida por George Best como uma análise de sua trajetória, retrata um pouco a personalidade de um dos mais talentosos e carismáticos jogadores europeus de toda a história.

Atacante driblador e indisciplinado, ficou tão famoso pelas suas atuações em campo quanto pela sua agitada vida de celebridade fora dele.

Nascido em Belfast, capital da Irlanda do Norte, Best teve seus melhores dias como jogador do Manchester United, onde foi campeão europeu em 1968 ao lado de Bobby Charlton e Denis Law. No mesmo ano foi escolhido o melhor jogador do continente pela revista France Football.

Sua carreira, no entanto, foi temperada por doses cavalares de bebidas alcoólicas que abreviaram sua vida nos gramados.

Conhecido como "O Quinto Beatle" durante os anos 1960, George Best talvez tenha sido o primeiro atleta profissional de futebol a ter sua vida exposta por meios de comunicação de massa de forma cotidiana.

Notícias envolvento bebidas, mulheres e um boêmio estilo de vida ganhavam mais destaque do que seus dribles e gols.

Após o fim de sua carreira, Best continuou tendo problemas relacionados ao alcoolismo.

Em 2002 passou por um transplante de fígado, destruído pela cirrose. Voltou a beber logo em seguida e faleceu três anos depois, em outubro de 2005, aos 59 anos de idade.

Fica na memória um contraponto a esse futebol pragmático e previsível dos dias atuais.
Vídeo "George Best Tribute"
Vídeo Final da Copa da Europa de 1968 - Manchester United X Benfica

domingo, 5 de julho de 2009

Esquadrões (2) - Boca Juniors 1981


Complementando a postagem anterior, segue imagem da equipe do Boca Juniors de 1981.


Escalação:

Em pé: Mouzo, Krasouski, Pernia, Gatti, Brindisi e Cordoba.

Agachados: Escudero, Maradona, Perotti, Hugo Alves e Pasucci.


Vídeo Maradona e o Boca de 1981.




Série Uniformes Históricos (3) - Boca Juniors 1981


Uniforme do Boca Juniors de 1981, campeão do Metropolitano daquele ano.


Destaque para um baixinho canhoto que vestia a número 10 e que anos depois seria considerado o maior jogador da história do futebol (ao lado de Pelé, é claro).

terça-feira, 23 de junho de 2009

Esquadrões (1) - São Paulo 1975


Na série Esquadrões, com E maiúsculo, exaltaremos grandes times da história do futebol mundial.

Para começar, no entanto, fiz uma escolha doméstica.

Resolvi prestar uma homenagem ao recém-desempregado Muricy Ramalho, técnico três vezes campeão brasileiro pelo São Paulo.

O time acima, campeão paulista de 1975, nos mostra outro técnico vitorioso no futebol brasileiro, o também (provisoriamente) desempregado Nelsinho Batista.


Escalação:


Em pé:Valdir Peres, Gilberto, Paranhos, Nelsinho, Arlindo e Chicão. Agachados: Terto, Muricy, Serginho, Pedro Rocha e Zé Carlos.


Vídeos da campanha são-paulina de 1975






sábado, 13 de junho de 2009

História dos Vencidos (2) - Colômbia 1994


Em meio a um gelado fim de outono na cidade de Santos, relembro nessa coluna História dos Vencidos uma seleção que, mesmo por um breve momento, encantou o mundo com um futebol técnico e habilidoso.

Colômbia, meados dos anos 1990.

Valderrama e sua cabeleira inconfundível (na imagem acima, durante a copa de 1998) comandavam uma seleção que, em setembro de 1993, consegue o maior feito da história do futebol colombiano: vitória sobre a Argentina, em pleno Monumental de Nuñez, por 5 X 0.

Chega o ano de 1994, ano de Copa do Mundo, e a Colômbia chega com grande expectativa aos Estados Unidos. Segundo Pelé, o time de Rincón e Asprilla era o grande favorito à conquista do Mundial.

Mas Pelé estava errado...

A seleção colombiana foi eliminada ainda na primeira fase, com duas derrotas e uma vitória.

No entanto, fica a lembrança de um futebol alegre e um tanto irresponsável.


Eliminatórias de 1993


Argentina 0 X 5 Colômbia (veja vídeo abaixo)




Copa do Mundo de 1994


Elenco


Goleiros: Córdoba, Mondragon e Pazo

Defensores: Escobar, Mendoza, Perea, Herrera, Ortiz e Perez

Meio-campistas: Alvarez, Valderrama, Rincón, Gaviria, Gomez, Lozano, Serna e Cortez

Atacantes: Asprilla, Valencia, Valenciano, De Ávila, Aristizábal


Técnico: Francisco Maturana


Campanha na Copa 1994


Romênia 3 X 1 Colômbia (Romênia - Raducioiu(2) e Hagi) (Colômbia - Valencia)

Romênia: Stelea; Petrescu, Prodan, Belodedici e Mihali; Lupescu, Popescu, Hagi(c) e Munteanu; Dumitrescu(Selymes) e Raducioiu(Papura).

Colômbia: Córdoba: Herrera, Escobar, Perea e Perez; Alvarez, Gomez, Valderrama(c) e Rincón; Asprilla e Valencia.


Veja vídeo abaixo




Estados Unidos 2 X 1 Colômbia (EUA - Escobar(contra) e Stewart) (Colômbia - Valencia)

Estados Unidos: Tony Meola(c); Dooley, Balboa, Lalas e Clavijo; Harkes, Tab Ramos, Sorber e Caligiuri; Stewart(Jones) e Wynalda(Wegerle).

Colômbia: Córdoba; Herrera, Escobar, Perea e Perez; Alvarez, Gaviria, Valderrama(c) e Rincón; Asprilla(Valenciano) e De Ávila(Valencia).


Veja vídeo abaixo




Colômbia 2 X 0 Suiça (Gaviria e Lozano)

Colômbia: Córdoba; Herrera, Escobar, Mendoza e Perez; Alvarez, Gaviria(Lozano), Valderrama(c) e Rincón; Asprilla e Valencia(De Ávila).

Suiça: Pascolo; Hottiger, Quentin, Herr e Geiger(c); Bregy, Alain Sutter(Grassi), Ohrel e Sforza; Knup(Subiat) e Chapuisat.


Veja o vídeo abaixo




Vale destacar também dois aspectos importantes:

O lendário goleiro René Higuita não participou da Copa de 1994 por ter sido preso no anterior, acusado de sequestro.

Higuita ficou famoso não só pelo estilo pouco usual de atuar, mas também pelas suas ligações com o chefe do cartel de Medellin, Pablo Escobar, de quem se dizia amigo pessoal.


Além da ausência de Higuita, a morte do zagueiro Andres Escobar ganhou os noticiários da época. Escobar, que havia feito um gol contra na partida com os Estados Unidos, foi assassinado logo após seu retorno à Colômbia.

Especulava-se que o assassino teria ligações com redes de apostas em Bogotá.


Vídeo René Higuita




Vídeo "El Pibe" Valderrama


Agradecimentos a Carlos Eduardo Chagas Lourenço, o Edu, pela colaboração e pela lembrança.


sábado, 30 de maio de 2009

Memória - Fernando Redondo


Começo essa coluna Memória - dedicada a relembrar a trajetória de grandes jogadores da história do futebol - pelo excepcional meio-campista argentino Fernando Redondo.

Tendo como ídolo o também espetacular Paulo Roberto Falcão, Redondo inicia sua carreira profissional em meados dos anos 1980 no Argentinos Juniors, clube de Buenos Aires, onde permaneceu até 1990.

Destacando-se pelo estilo clássico e elegante, o camisa 5 canhoto transfere-se ao Tenerife, na época um clube da primeira divisão espanhola. Após 4 temporadas em Tenerife, chega ao Real Madrid, onde vive os melhores anos de sua carreira.

Pelo time de Madrid, onde vestia a camisa 6, vence dois campeonatos espanhóis e dois campeonatos europeus, nas temporadas 1997/1998 e 1999/2000.

Em 2000 acerta sua ida ao Milan, mas seguidas contusões, especialmente no joelho, abreviam sua carreira, encerrada oficialmente em 2005.

Na seleção argentina, Redondo venceu a Copa América de 1993 e participou da Copa do Mundo de 1994.

Participaria também da Copa de 1998, mas declinou da convocação por não concordar com os métodos pouco ortodoxos do então técnico Daniel Passarella, que não aceitava na seleção jogadores com cabelos compridos ou brincos.

Como curiosidade, um detalhe da carreira de Redondo nos mostra um pouco de sua personalidade. Já no Milan, o jogador, fora de combate por contusão, recusou-se a continuar recebendo salários do clube devido à sua longa ausência dos gramados.

Nos dias atuais, uma atitude rara.


Abaixo, vídeos de Fernando Redondo.






Abaixo, vídeo com a famosa jogada de Redondo contra o Manchester em Old Trafford.